PANOPTISMO COMO EXPRESSÃO NEOCOLONIAL

RACISMO ALGORÍTMICO E A VIGILÂNCIA DOS CORPOS NEGROS

Autores

  • Caique Jasley Rosa Nascimento Faculdade Palotina - FAPAS

Palavras-chave:

Necropolitica, Algorítmicos, Mbember, Racismo, Reconhecimento facial

Resumo

As implicações decorrentes de ações discriminatórias e dos inúmeros casos de prisões errôneas pelo uso de tecnologias de reconhecimento facial em todo o mundo, coloca no centro dos debates a discussão sobre essa problemática. Para tanto, o foco deste artigo é refletir sobre as consequências nocivas das IAS para grupos vulneráveis. Considera-se que as tecnologias de reconhecimento facial, constitui uma poderosa arma de controle e sujeição dos corpos negros. Se durante o período escravocrata o sujeito negro era vigiado e vilipendiado, tendo o corpo supliciado pelo poder soberano, percebe-se que, este corpo é ainda alvo de uma violência sistêmica expressa através de uma cultura que pretende a morte do diferente, seja física ou por meio de códigos. Logo, explora-se a intersecção entre colonialismo e os algoritmos racistas, examinando como a herança do colonialismo pode se manifestar e perpetuar nas tecnologias algorítmicas contemporâneas.

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Publicado

2024-05-16

Como Citar

JASLEY ROSA NASCIMENTO, C. PANOPTISMO COMO EXPRESSÃO NEOCOLONIAL: RACISMO ALGORÍTMICO E A VIGILÂNCIA DOS CORPOS NEGROS. Frontistés - Revista Eletrônica de Filosofia e Teologia, [S. l.], v. 17, n. 32, 2024. Disponível em: http://revistas.fapas.edu.br/index.php/frontistes/article/view/146. Acesso em: 16 jun. 2024.