"DE CERTO MODO, SOMOS TODOS SARTRIANOS"

NOSTALGIAS, EXUBERÂNCIAS E ATUALIDADES DE UMA OCTOGENÁRIA ONTOLOGIA FENOMENOLÓGICA

Autores

  • Vítor Hugo dos Reis Costa

Palavras-chave:

Fenomenologia, Ontologia, Sartre, O ser e o nada

Resumo

Trata-se de um texto em homenagem aos 80 anos de O ser e o nada, de Jean-Paul Sartre, completados em 2023. Inspirado por alegações de dois comentadores, a saber, o brasileiro Gerd Bornheim e o norte-americano Robert Solomon, o texto pretende reivindicar certa atualidade da ontologia fenomenológica de Sartre. Nessa direção, em um primeiro momento, as teses ontológicas de O ser e o nada serão enquadradas na perspectiva da longa história da metafísica, na qual se situam como uma espécie de capítulo final ou mesmo de epílogo. Em seguida, para fins de elucidação da atualidade da fenomenologia sartriana, se reconstruirá interpretativamente sua fenomenologia do amor romântico. Por fim, se pretende mostrar como a filosofia de Sartre pode ser um expediente de intensificação da exuberância do existir, mesmo – e talvez especialmente – em tempos de crise.

Referências

ALT, Fernanda. Limites da crítica de Merleau-Ponty a Sartre em O Visível e o Invisível. Ekstasis: Revista De Hermenêutica e Fenomenologia, 6(1), 51–65, 2017.

BORNHEIM, Gerd. Sartre, Metafísica e Existencialismo. 3ª edição. São Paulo – SP: Editora Perspectiva S. A., 2000.

BORNHEIM, Gerd. O idiota e o espírito objetivo. Rio de Janeiro: UAPE, 1998.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário, Tradução Maria Lucia Machado. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1996.

COHEN-SOLAL, Annie. Sartre. Tradução de Milton Persson. – Porto Alegre: L&PM, 1985.

COLETTE, Jacques. Existencialismo. Tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.

COOREBYTER, Vincent de. O Ser e o nada ou o romance da matéria. Tradução de Fernanda Alt. Ekstasis: Revista De Hermenêutica E Fenomenologia, 7(2), 132–141, 2019.

COSTA, Vítor Hugo dos Reis. Elementos gnósticos em "O ser e o nada”. Dissertatio [56] 107-137 | 2022.

FELL, Joseph. Heidegger and Sartre: an essay on Being and Place. New York: Columbia University Press, 1979.

GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica em retrospectiva. Tradução de Marco Antônio Casanova. 2. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. 1. ed.; 1. reimp. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.

HEIDEGGER, Martin. Ser y Tiempo. Traducción, prólogo y notas de Jorge Eduardo Rivera. Santiago de Chile: Editorial Universitaria, s/d.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Introdução e notas de Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.

KLEINBERG, Ethan. Generation existential: Heidegger's philosophy in France, 1927-1961. Ithaca: Cornell University Press, 2005.

KOSELLECK, Reinhart. Crítica e crise: uma contribuição à patogênese do mundo burguês. Tradução do original alemão [de] Luclana Villas-Boas Castelo-Branco. - Rio de Janeiro: EDUERJ: Contraponto, 1999.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução do original alemão Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira; revisão da tradução César Benjamin. – Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006.

LÉVY, Bernard-Henri. O século de Sartre: inquérito filosófico. Tradução de Jorge Bastos. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

MACINTYRE, Alasdair. Depois da Virtude. Trad. Jussara. Simões. Bauru: EDUSC, 2001.

NIETZSCHE, Friedrich. “Verdade e Mentira em Sentido Extra-Moral”. In: Obras Incompletas. Coleção Os Pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1974.

RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. (Tomo I) Tradução de Márcia Valéria Martinez de Aguiar; introdução de Hélio Salles Gentil. – São Paulo: Editora WWF Martins Fontes, 2010.

RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. (Tomo III) Tradução de Márcia Valéria Martinez de Aguiar; introdução de Hélio Salles Gentil. – São Paulo: Editora WWF Martins Fontes, 2010.

ROCHA, Ronai. Quando ninguém educa: questionando Paulo Freire. São Paulo: Contexto, 2017.

ROSSATTO, Noeli. Sartre místico: existência e liberdade em A Náusea. Em: Existência e liberdade: diálogos filosóficos e pedagógicos em Jean-Paul Sartre / organizadores Diego Ecker, Ésio Francisco Salvetti; Cecília Pires… [et al.] – Passo Fundo: IFIBE, 2013.

ROWLEY, Hazel. Tête-à-Tête. Tradução de Adalgisa Campos da Silva. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.

SARTRE, Jean-Paul. Diário de uma guerra estranha: setembro de 1939–março de 1940. Tradução Aulyde Soares Rodrigues e Guilherme João de Freitas Teixeira. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Apresentação e notas, Arlete Elkaïm Sartre; Tradução de João Batista Kreuch. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 16 ed., tradução de Paulo Perdigão. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

SCHNADELBACH, Herbert. Filosofía en Alemania, 1831-1933. Trad. Pepa. Linares, Madrid: Ediciones Cátedra, 1991

TAYLOR, Charles. A ética da autenticidade. Tradução de Talyta Carvalho. São Paulo, SP: É Realizações, 2011.

THODY, Philip. Sartre: uma introdução biográfica. Trad. De Paulo Perdigão e Amena Mayall. Rio de Janeiro: Edições Bloch, 1974.

WINOCK, Michel. O século dos intelectuais. Tradução de Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

Downloads

Publicado

2024-06-22

Como Citar

dos Reis Costa, V. H. (2024). "DE CERTO MODO, SOMOS TODOS SARTRIANOS": NOSTALGIAS, EXUBERÂNCIAS E ATUALIDADES DE UMA OCTOGENÁRIA ONTOLOGIA FENOMENOLÓGICA. Revista Litterarius, 23(01). Recuperado de http://revistas.fapas.edu.br/index.php/litterarius/article/view/182