A RELAÇÃO ENTRE INTENTIO E DISTENTIO
PAUL RICOEUR E O LIVRO XI DAS CONFISSÕES
Palavras-chave:
Distentio, Intentio, Tempo, NarrativaResumo
O presente trabalho tem por objetivo reconstruir a interpretação ricoeuriana do Livro XI das Confissões, como também, verificar a validade desta interpretação no que toca ao tratamento da relação entre intentio e distentio na experiência interna do tempo. Assim, nos deteremos num ponto incisivo da análise ricoeuriana, que é a elaboração da noção de distentio animi no livro XI das Confissões a qual suscita, segundo o autor, uma antítese, um contraste ou uma dialética entre intentio e distentio. Esta dialética torna-se contestada pela crença de que a afirmação de Ricoeur não teria embasamento no texto agostiniano, e que viria do aporte da fenomenologia, muito por que o conceito de intentio não é visualizado por mais que três vezes na obra. Não obstante, pretende-se apresentar uma resposta positiva à apropriação por Paul Ricoeur do Livro XI das Confissões no que diz respeito ao contraste entre intenção e distensão. Tal pretensão possui relevância na medida em que comprovaria a tese de que o ser e a medida do tempo se resolvem de modo narrativo, mediante a dialética da intentio e distentio.
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