A POSSIBILIDADE DE UMA INTERPRETAÇÃO FENOMENOLÓGICA NA ESTÉTICA TRANSCENDENTAL

Autores

  • Daniel Lopes Farias Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Palavras-chave:

Estética transcendental, Intencionalidade, Fenomenologia

Resumo

A Estética Transcendental apresenta duas intuições a priori, perspectiva essa que tornou de difícil acesso a obra de Kant aos seus leitores contemporâneos, pois fundava uma nova doutrina, o idealismo transcendental. A grande parte dos interpretes do Século XX – sobretudo Strawson, Allison e seus seguidores – leram essa seção como apresentando um critério de individuação da representação de objetos e estados mentais com validade objetiva – graças ao recurso a geometria e a mecânica newtoniana. Para tanto, é necessário encontrar o sentido completo da própria Estética Transcendental na Analítica Transcendental. Inobstante, interpretações fenomenológicas, como a de Fichant e Parson, não ganharam muito espaço entre os comentadores. O presente insere-se nessa última e menos difundida tradição, alegando que há a possibilidade de uma leitura fenomenológica na Estética Transcendental, mais especificamente, no parágrafo primeiro e segundo dessa seção. Ademais, tem a pretensão de esboçar que é possível entrever um tipo muito rudimentar intencionalidade no primeiro argumento da aprioridade do espaço. O que impõe um tipo de leitura de Kant um pouco distinta da tradição que se segue de Strawson e Allison: a sensibilidade não é pura passividade, há nela uma espécie de síntese, como o próprio Kant afirmou em B 161.

Referências

ALLISON, Henry. Kant’s transcendental idealism. An interpretation and a defense. New Haven, Yale University Press, 1983

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Publicado

2024-12-16

Como Citar

Lopes Farias, D. (2024). A POSSIBILIDADE DE UMA INTERPRETAÇÃO FENOMENOLÓGICA NA ESTÉTICA TRANSCENDENTAL. Anais Da Semana Acadêmica De Filosofia. Recuperado de https://revistas.fapas.edu.br/index.php/safilosofia/article/view/282