A IMPOSSIBILIDADE DA EXPERIÊNCIA IMEDIATA EM KANT
Palavras-chave:
Sentido interno, Idealismo, ExperiênciaResumo
Este artigo visa analisar o idealismo tratado na segunda edição da Crítica da Razão Pura dando enfoque ao problemático. Segundo Kant, o idealismo cartesiano é incapaz de garantir a existência de algo através da experiência imediata. Kant apresenta a necessidade de haver não apenas pressuposição da existência de coisas externas, mas também a sua experiência. Para Descartes, a experiência interna é suficiente para a garantia de sua validade objetiva, portanto, a experiência externa é apenas pressuposta. Para alcançar seu objetivo de refutar o idealismo problemático, Kant afirma algo desvinculado da experiência interna, portanto, que esteja que esteja no espaço. A prova de existir algo externo ao sujeito permanente dá garantia de que não há possibilidade de afirmar algo como real e verdadeiro tão somente atribuindo ao sentido interno tal garantia. A prova de objetos externos torna-se alvo determinante na refutação do idealismo, pois através dela é possível colocar em cheque a validade objetiva garantida pelo sentido interno. Segundo Emundts, Kant na refutação do idealismo caracteriza-se por provar a existência de objetos externos. Klotz apresenta que o objetivo de Kant é estabelecer um fundamento na experiência externa de modo que as intuições possam ser consideradas verdadeiras. Caranti considera que através da experiência do sujeito, pode-se inferir que há objetos externos. Esses objetos externos podem ser compreendidos como alucinações ou entidades mentais.
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